Inverno é sinônimo de buscar meios para espantar o frio, mas o cuidado com a manutenção de equipamentos é essencial para evitar danos graves. Os riscos dos aquecedores e gás aumentam. Os problemas mais recorrentes são o superaquecimento e o escape de monóxido de carbono, gás sem cheiro nem cor, altamente tóxico e presente em emissões de combustão, como as produzidas por carros, caminhões, motores a gasolina, fogões, lanternas, madeira e carvão queimados, fogões a gás e também aquecedores.
Riscos dos aquecedores e gás
Este mês, um incêndio vitimou o dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, 86 anos, em seu apartamento na capital paulista. Na ocasião, além do diretor, seu companheiro, o ator Marcelo Drummond, que reside em outro apartamento, e mais dois amigos inalaram fumaça e foram hospitalizados. Segundo a CNN Brasil, foram deslocadas 11 viaturas do Corpo de Bombeiros ao local às 08h04 e por volta das 9h as chamas foram controladas. Uma das causas foi defeito no aquecedor elétrico.
Outro caso foi a morte do casal Walther Reis Cleto Junior, 51 anos, e Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto, 49 anos, em um chalé em Monte Verde, MG, em 24 de junho. A Polícia Civil investiga as causas e em comunicado, divulgado pelo G1, a família suspeita de intoxicação por monóxido de carbono, levantando a possibilidade de vazamento do aquecedor de gás. Segundo a assessoria de imprensa da Move, Agência de Desenvolvimento de Monte Verde, o chalé se encontrava aos fundos do quintal de uma residência, não estava cadastrado na lista de acomodações oficiais da entidade e não tinha alvará dos bombeiros.
Prevenção
O primeiro-sargento Márcio Maggioni, comandante dos Bombeiros de Passo Fundo, RS, explica que a primeira recomendação é sempre verificar se os equipamentos estão em boas condições de funcionamento e se possuem certificações de segurança adequadas, sendo usados de forma correta, conforme instruções do fabricante e sem as famosas gambiarras, como fios desencapados ou mangueiras danificadas. “É preciso estar atento às sobrecargas em tomadas com o uso de adaptadores múltiplos ou extensões, o que pode causar superaquecimento e incêndios. Também é necessário certificar-se de que a rede elétrica suporte a carga necessária e evitar ligar vários aparelhos potentes na mesma tomada”, informa.
Mariana Cordeiro, supervisora de operações da concessionária NeoEnergia, salienta que a busca por um profissional para a execução dessa supervisão é ideal: “Dizemos que com energia não se brinca e é importante que essa manutenção seja feita por uma pessoa especializada. A sobrecarga de energia é uma das causadoras de curtos-circuitos e observar a voltagem dos equipamentos é essencial para evitar tais problemas”, explica a profissional.
Ajuda especializada
O Corpo de Bombeiros de Cascavel, PR, em seu site, também alerta para que aquecedores elétricos portáteis, muito comuns em regiões do Sul do Brasil, não sejam consertados por conta própria, além de limpá-los para retirar acúmulo de poeira (que pode obstruir a saída de ar)e levá-los a uma assistência técnica para revisão. “É preciso atenção enquanto o aparelho estiver funcionando. Muitas vezes, o equipamento pode cair ou encostar em materiais combustíveis, causando incêndios.É importante manter também circulação de ar no local, pois os aquecedores ‘queimam’ o oxigênio do ambiente, podendo levar à morte por hipóxia”, destaca.
Já no caso de aquecedores a gás, o mesmo deve ser também instalado em local ventilado, informa o órgão: “Obrigatoriamente, o aquecedor tem que possuir uma chaminé de exaustão e assar por uma manutenção, no mínimo anual, para regulagem dos queimadores. Os fabricantes fornecem a maneira correta da instalação, conforme NBR 13103", frisa.
A população não deve usar o carro ou fogão para aquecer a residência, ou outro equipamento que não seja para tal fim, bem como deve manter geradores e máquinas de lava a jato a ao menos seis metros de distância de uma janela ou porta e providenciar detectores de gás em casa (pequenos dispositivos que funcionam com pilhas ou baterias). É imprescindível sair do local e buscar ajuda em caso de tonturas, dores e suspeita de vazamento de monóxido de carbono, recomendam os especialistas.
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